Perfil Pibid/Letras 2012 São Camilo ES



“O luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.” Assim como Rubem, o Braga, produz sua crônica “O pavão”, deliciando-se e deliciando-nos com a simplicidade que lhe é característica, estamos na capital secreta do sul do Espírito Santo com um instigante desafio: o aprimoramento linguístico dos alunos de nossas escolas parceiras nas ações do Pibid/CAPES Letras 2012. É no processo de letramento significativo nessa ação pedagógica que vislumbramos nosso maior luxo: a leitura e a escritura, grandiosas e plurissignificativas, porém com toques de esmera simplicidade, trabalhadas em contextos múltiplos. Assim, com os cachoeirismos de sempre, marca de todos os conterrâneos de Rubem Braga, façamos do Pibid uma forma de operar o milagre do verbo na vida de nossos alunos assistidos. Certamente, dessa forma, todos eles, gozando de maior proficiência linguística, da forma mais natural possível, podem afirmar, assim como Braga, “modéstia à parte, sou de Cachoeiro de Itapemirim”. Com este fim, alçamos voo todos os dias rumo a nossas escolas, às nossas salas de aula, aos alunos assistidos e à constitutividade de nossos sujeitos também matizados. Esse é o Pibid/Letras da São Camilo ES. Estes somos nós!

Coordenadora da área de Letras/Português do Pibid 2012 São Camilo ES



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Se essa escola fosse minha eu mandava ladrilhar com pedrinhas operacionais

A escola contemporânea vem sofrendo alterações na maneira de ensinar/aprender no campo social e educacional desde 1980. Década que condecorou a aplicabilidade dos estudos linguísticos iniciados em 1960. Os questionamentos começaram a orbitar na praticabilidade da teoria, e então a sala de aula se tornou a fonte das pesquisas da prática docente na escola.
Viu-se a necessidade de atualizar os objetivos que precisavam ser alcançados no processo educativo. Com a clientela em mudança, o ensino também precisava acompanhar esse processo.
     Os Parâmetros Curriculares Nacional vieram para orientar o professor na sua nova prática de ensino. A escola que sofreu grandes agressões com a ditadura militar, estava agora preocupada com a participação social do aluno. No lugar das atividades memorizadas, não operacionais e descontextualizadas, vieram as que exploravam a capacidade de contextualização, reflexão, provocação e análise.
Falando especificamente da Língua Portuguesa, a demanda do processo ensino-aprendizagem agora se baseava linguagem, atividade discursiva e textualidade. Produzir linguagem significa produzir discursos. Significa dizer algo para alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto. O aluno agora é desafiado para autonomia e liberdade de expressão. Sobre isso, Viviane Mosé reflete a escola através de Nietzsche em seu livro A escola e os desafios contemporâneos: “ A consciência, pensa Nietzsche, está associada ao nascimento da linguagem articulada; quando se torna capaz de se referir às coisas por meio de sinais, de palavras, o ser humano começa também a produzir valores. Nomear é honrar, diferenciar e, necessariamente, avaliar. O ser humano não apenas avalia, mas guarda esses valores, os acumula na memória e os reproduz.”

Ainda hoje, no século XXI, muitos professores não se preocupam ou não estão preparados para a prática operacional reflexiva. Até porque o ensino que em que foram sujeitados estava ancorado na barbárie militar. Vivemos em tempos de instabilidade e incertezas, uma mudança de meios, enxurrada de informações. A prática docente que não acompanhar essas mudanças está fadada ao fracasso. É preciso antes de tudo entender as manifestações dos avanços presente na vida escolar que atinge a todos (do aluno até a direção), educar hoje significa saber mediar conhecimentos e não anulá-los.

Referência Bibliográfica 

MOSÉ, Viviane. A escola e os desafios contemporâneos. Ed Civilização Brasileira, Rio de Janeiro , 2013.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SEMANA FOLCLÓRICA : IDENTIDADE CULTURAL DO DISCENTE

Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Quando chegam à escola, as crianças trazem com elas os elementos culturais que estão mais próximo delas. Por isso, explicar a elas que essa "cultura caseira" faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. Tal atitude faz os alunos considerarem como folclore elementos que estão distantes deles, dos quais não participam. Isso pode provocar um desinteresse geral. Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.
Segundo Brandão (1982), a palavra Folclore de origem inglesa Folk-Lore surgiu pela primeira vez em uma carta do inglês Willian John Thoms escrita na revista The Atheneum, em 1856. Thoms caracterizava a palavra Folclore a partir de duas palavras anglo-saxônicas Folk, que significa “povo” e Lore que significa 
“conhecimento”, juntas traduzem o sentido de um saber tradicional, a sabedoria de um povo.
Posteriormente, os ingleses criaram a “Sociedade do Folclore”, que tinha como objetivo estudar o povo, sua sociedade e suas tradições. Deste modo, as narrativas tradicionais conhecidas como contos, lendas e canções, os costumes tradicionais relativos aos códigos sociais e celebrações populares, as crenças e superstições ligadas à tecnologia rústica, magia e feitiçaria e as formas de linguagem presentes em dialetos, ditos populares e adivinhas passaram a ser foco de estudo (BRANDÃO, 1982).
As araras lendárias tiveram o objetivo de manter viva superstições e contos antigos da nossa cultura. Histórias contadas e  encenadas dialogaram com o aluno, partindo do processo de interlocução cultural. Processo este que é vital para manter vivo o mecanismo lúdico e capacidade da criança de ouvir, contar e então escrever as histórias. 





REFERÊNCIAS:

BRANDÃO, C. R. O que é Folclore? São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Primeiros Passos).