Perfil Pibid/Letras 2012 São Camilo ES



“O luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.” Assim como Rubem, o Braga, produz sua crônica “O pavão”, deliciando-se e deliciando-nos com a simplicidade que lhe é característica, estamos na capital secreta do sul do Espírito Santo com um instigante desafio: o aprimoramento linguístico dos alunos de nossas escolas parceiras nas ações do Pibid/CAPES Letras 2012. É no processo de letramento significativo nessa ação pedagógica que vislumbramos nosso maior luxo: a leitura e a escritura, grandiosas e plurissignificativas, porém com toques de esmera simplicidade, trabalhadas em contextos múltiplos. Assim, com os cachoeirismos de sempre, marca de todos os conterrâneos de Rubem Braga, façamos do Pibid uma forma de operar o milagre do verbo na vida de nossos alunos assistidos. Certamente, dessa forma, todos eles, gozando de maior proficiência linguística, da forma mais natural possível, podem afirmar, assim como Braga, “modéstia à parte, sou de Cachoeiro de Itapemirim”. Com este fim, alçamos voo todos os dias rumo a nossas escolas, às nossas salas de aula, aos alunos assistidos e à constitutividade de nossos sujeitos também matizados. Esse é o Pibid/Letras da São Camilo ES. Estes somos nós!

Coordenadora da área de Letras/Português do Pibid 2012 São Camilo ES



segunda-feira, 22 de abril de 2013

PROSA CULTURAL: FÉ E POESIA – Bolsistas de Letras na Via-Sacra Poética




“A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel. Recusa acomodar-se, mobilizar-se, organizar-se para mudar o mundo.”
Paulo Freire

 A partir do lema da Campanha da Fraternidade 2013, “Eis-me aqui! Envia-me, Senhor!” os cursos de Letras/Português e Letras/Inglês realizaram no dia 27 de março de 2013, a 8ª edição da Via-Sacra poética do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo. Nesta atividade de cunho literário-espiritual, textos literários, jornalísticos e músicas se mesclaram para que houvesse uma sensibilização e reflexão do público sobre o papel que cada um de nós tem na transformação social. A Via-Sacra Poética busca resgatar essa conscientização e esperança por meio da arte.
 Acadêmicos e professores vestiram-se de preto com uma cruz colorida no peito, encantaram e emocionaram o público com belas textos e músicas tocantes.  
 O evento foi dividido em três momentos. O primeiro visava descobrir o “quem sou eu” (Eis-me aqui!) representado pela música “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento, e o poema “Identidade”, de Mia Couto.
 No segundo momento, os textos informativos, poéticos e músicas variadas enfatizaram quem são esses outros a quem precisamos ser enviados. A apresentação mostrou a realidade daqueles que necessitam de ajuda, os famintos, os desempregados, os discriminados, despertando no público a e consciência de que nada disso é natural e que devemos nos unir para mudar tal realidade assustadora.
 O terceiro momento emocionou o público externo e os acadêmicos com as canções “93 Million Miles”, de Jason Mars, e “Sementes do Amanhã”, de Gonzaguinha; momento para refletir em tudo que foi falado e visto na noite e acreditar que é possível fazer a diferença ajudando a quem precisa. Espetáculo emocionante e conscientizador, sem dúvidas.
Os acadêmicos bolsistas do PIBID/CAPES da área de Letras - Língua Portuguesa tiveram o privilégio de estar em contato com toda a magia da noite e apresentarem-se participando dessa atividade acadêmica. Noite de reflexão que nos levou à consciência de que nós, professores em formação, não podemos nos esquecer de que lidamos com o outro, que lidamos com pessoas em desenvolvimento, que precisam de um professor mediador de conhecimentos.
 A poesia da Via Sacra Poética vem nos alertar de que a cada dia é necessário que busquemos redimensionar nossas práticas, tendo em mente que juntos podemos fazer a diferença e, por menor que seja, nosso esforço não terá sido em vão, pois acreditar no outro e ajudá-lo a crescer é o passo principal para tornar os alunos sujeitos agentes reflexivos de suas vidas. Sensibilizar é a função da poesia. É através dela que podemos fazer reflexões profundas e significativas profissional e pessoalmente. As sábias palavras de Paulo Freire estão fixadas em minha mente - “ Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.”- e assim busco inovar e refletir sobre todas as minhas ações.

 “Da Via Sacra, entendo bem as lanhuras do caminho e o quanto a arte pode ajudar a curá-las. Às vezes, sozinho com suas perguntas, o homem encontra Deus e o desassossego vira arte. Hoje foi assim. Girassóis feitos de letras e paixão, com literatura e música, vocês foram pontos de luz na noite de cada um de nós - professores e colegas. Vocês fizeram a travessia epifânica - do comum para o encantado. Aleluias. Obrigada.”  Comenta a queridíssima Beatriz Fraga, professora de Literatura do curso de Letras/Português, referindo-se aos alunos do curso e ao fazer literário que se instaurou a partir do trabalho apresentado.
             
Gisele Rodrigues – aluna bolsista Pibid/Capes – 4º Período de Letras/Língua Portuguesa


Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Acadêmico/bolsista Tiágo no momento da apresentação

Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Equipe Pibid/Letras Sao Camilo escrevendo mais uma história na Via-Sacra Poética





terça-feira, 9 de abril de 2013

PROSA ACADÊMICA: GRUPO DE ESTUDOS DO MÊS DE MARÇO - o aporte teórico sobre leitura e escritura em cena

Bolsistas de letras e coordenadora de área em momento de estudo

Bolsistas de letras e coordenadora de área em momento de estudo

Em discussão a leitura e a escritura: processos de ensinagem

Em discussão a leitura e a escritura: processos de ensinagem

Lendo,  escrevendo e estudando para se entender o que é ler e escrever
               
            A equipe Pibid/São Camilo Letras/Português fez de seu dia de estudo no dia 23 de março um dia de reflexões sobre o marco teórico basilar de todas as investidas pedagógicas do referido grupo: concepções de leitura e escrita e os respectivos processamentos cognitivo e metacognitivo que são ativados  no decorrer de cada atividade educativa de leitura e escrita. 
       Todo o estudo do dia objetiva ressignificar as práticas de ensinagem da leitura e da escritura na formação docente, haja vista os postulados acerca de cada uma dessas atividades apresentadas por KATO* (1990). Ler e escrever deixam de ser encaradas, somente, como produto e a natureza de cada uma delas passa a ser pensada como processo. Processo que precisa ser ensinado na escola e em todas as salas de aula e em todas as disciplinas em suas práticas cotidianas.
      Assim sendo, como provocação para os estudos do momento, cada aluno bolsista precisou, fundamentado em KATO, definir a concepção de leitura e escrita e, além de apresentar as implicações teóricas sobre o tema, sugerir uma transposição didática que contemplasse a base teórica estudada.
      Dessa forma, os gêneros textuais, a transição entre gêneros nos processos de escritura e metaescritura e as estratégias de leitura e leitura ganharam solidez e uma garantia de que o professor de amanhã e sempre se constrói com muito estudo e fomento teórico-prático no meio acadêmico.
    Papel, lápis, caderno, livros e muita vontade de aprender ainda mais!!! Trata-se da equipe trocando figurinhas e aprendendo a dialogar com a teoria e a construir uma nova prática.

*KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. 3 ed. São Paulo: Ática, 1990.

          Professora Ana Rita Louzada Coelho, coordenadora da área de Letras/Português do Pibid/2012 São Camilo Espírito Santo.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

PROSA CULTURAL: O mundo das ideias...

       Existe um mundo concreto, percebido pelos sentidos, com todas as suas imperfeições; e existe, além dele, outro que contém as formas imutáveis e perfeitas: o mundo das ideias. Assim definiu Platão o estudo da Filosofia. Aliás, nesse mundo das ideias é a moradia da alma, por isso o filósofo saiu em sua defesa como superior ao mundo concreto. Pois, neste, nossos sentidos podem nos enganar; naquele, o mundo das ideias, as almas belas são o desejo pelo conhecimento, pelo bem, essas almas são aquelas capazes de ações belas. É nesta busca que se encontra a virtude – assim definiu Platão; e o poeta vê a virtude na poesia. O ser humano carrega essa dualidade: é ao mesmo tempo corpo (que se transforma e acaba por morrer) e aquilo que não é corpo e podemos chamar de alma (considerada imortal e sede do pensamento).
      E foi em busca da virtude, mais precisamente, da poesia, que, no dia 15 de março, um dia após a data em que se comemora o Dia da Poesia, encontrei belas almas, em belas ações na Escola Átila de Almeida Miranda, o CEI. Ali, naquele auditório, eu tive a melhor aula de Filosofia possível. Pude, com todos os sentidos, perceber a união dos dois mundos, concreto x ideias; real x poético; escola x jovens. Cheguei com sede e fui agraciado com néctar dos deuses. Ah!, foi incrível(!) como os jovens interagiram. Previamente, pois, avisado que tudo estava à mercê deles, os jovens, e que roteiro ali era artigo de luxo, confesso – e entenda isso, por favor, como uma bela ação de uma bela alma – que não esperava mais que meia dúzia de poesias faladas apressadamente e alguns poucos espectadores dispersos na plateia. Maravilhosa surpresa: a dualidade daqueles jovens tirou-me do concreto e elevou-me, junto a eles, ao fascinante mundo da poesia.
[Utopia(?)] E se periodicamente fosse feita tal junção de mundos, em mundos diferentes, com almas diferentes? Seria possível? Ninguém pode afirmar que não. Isso é concreto, também. É aí que me coloco como sujeito transformador. Uma vez que, atuante como bolsista do PIBID/CAPES, busco redimensionar o fazer docente, busco as virtudes perdidas por professores e escolas e alunos e famílias e sociedade e todo o mundo concreto de concreto. E não há canal melhor que a poesia para fazer a união dos polos. A realidade, representada por Platão como o mundo concreto, é cheias de regras gramaticais, estruturais, sociais; e mais um monte de ‘ais’, que doem muito na sensibilidade do jovem, do professor, que doe, principalmente, nas intenções das belas almas. Assim, não posso deixar de exercer a bela ação que cabe à minha alma pibidiana. Não posso ignorar o mundo perfeito das ideias de docentes e discentes. Essa é a virtude que busco!
E desculpe-me, bela alma leitora, cheia de belas ações! Mas, tenho de acatar as reminiscências. É meu dever fechar os olhos e poder assistir, de forma perfeita, aos gestos e às palavras de meninos e meninas naquele momento. Preciso retornar ao meu lugar, meu parnaso, é necessidade agradecer a você que cuidou de minha alma com tamanho zelo e poesia. Posso ainda agora, ouvir aquela mocinha recitando Vinícius de Moraes, de sandálias, bermudinha e cabelo preso no alto da cabeça – tanto faz se estou descrevendo ela ou ele. Naquele momento, naquele mundo, eram perfeitamente um só. E aquele rapazinho com cara de Mário Quintana? Eu jurava que era o próprio afirmando: ‘Eu passarinho!’

Rodrigo de Assis Davel - aluno bolsista Pibid/Capes 2012 Centro Universitário São Camilo Espírito Santo em momento de deleite e depoimento quanto ao valor cultural, conceitual e literário que a escola pode propiciar ao aluno, sujeito de linguagem.

      
      

PROSA CULTURAL: EM POEMA E CANÇÃO......


Enquanto as águas de março fechavam o verão,
a turma de Letras apresentava Vínicius de Moraes em verso e canção,
trazendo promessas de vida a todo coração...

Assim, nesse espírito literário, no dia 14 de março, Dia da Poesia, o auditório Ângelo Brusco do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo cedeu seu espaço reservado para momentos “sérios” e solenes e transformou-se em um bar literário, enchendo-se de pessoas embriagadas de amor pela literatura. Com o tema “São demais os perigos desta vida para quem tem paixão principalmente... 100 anos de Vinicius de Moraes”, o evento sagrou-se como um momento de pura fruição estética.
Para nós, alunos contemplados pelo PIBID 2012, o evento edificou-nos e, também, mostrou que em nossa carreira profissional para conquistar os alunos e fazer um bom trabalho como professor, é preciso salvificar nossas aulas com momentos literários. Devemos ser agramáticos e personificar nossa língua materna, pois de tantas cobranças e regras em sala de aula, os alunos passam a se desinteressar pelo conteúdo e, consequentemente, não aprendem a ler, a escrever e a se tornar mais humano.
Em cada canção, em cada poema ficou explicitado que cabe a nós, novos professores, realizar novos feitos em sala de aula, transformando o desinteresse em poesia, ou seja, vivificar o conhecimento e a prática de ensinagem da língua com o maior aperitivo: a poesia. A poesia da vida!!


ÉVERTON ABREU NEVES, acadêmico bolsita Pibid do curso de Letras/Português do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo em momento de prosa cultural-acadêmica com foco no profissional de Letras.