Perfil Pibid/Letras 2012 São Camilo ES



“O luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.” Assim como Rubem, o Braga, produz sua crônica “O pavão”, deliciando-se e deliciando-nos com a simplicidade que lhe é característica, estamos na capital secreta do sul do Espírito Santo com um instigante desafio: o aprimoramento linguístico dos alunos de nossas escolas parceiras nas ações do Pibid/CAPES Letras 2012. É no processo de letramento significativo nessa ação pedagógica que vislumbramos nosso maior luxo: a leitura e a escritura, grandiosas e plurissignificativas, porém com toques de esmera simplicidade, trabalhadas em contextos múltiplos. Assim, com os cachoeirismos de sempre, marca de todos os conterrâneos de Rubem Braga, façamos do Pibid uma forma de operar o milagre do verbo na vida de nossos alunos assistidos. Certamente, dessa forma, todos eles, gozando de maior proficiência linguística, da forma mais natural possível, podem afirmar, assim como Braga, “modéstia à parte, sou de Cachoeiro de Itapemirim”. Com este fim, alçamos voo todos os dias rumo a nossas escolas, às nossas salas de aula, aos alunos assistidos e à constitutividade de nossos sujeitos também matizados. Esse é o Pibid/Letras da São Camilo ES. Estes somos nós!

Coordenadora da área de Letras/Português do Pibid 2012 São Camilo ES



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Se essa escola fosse minha eu mandava ladrilhar com pedrinhas operacionais

A escola contemporânea vem sofrendo alterações na maneira de ensinar/aprender no campo social e educacional desde 1980. Década que condecorou a aplicabilidade dos estudos linguísticos iniciados em 1960. Os questionamentos começaram a orbitar na praticabilidade da teoria, e então a sala de aula se tornou a fonte das pesquisas da prática docente na escola.
Viu-se a necessidade de atualizar os objetivos que precisavam ser alcançados no processo educativo. Com a clientela em mudança, o ensino também precisava acompanhar esse processo.
     Os Parâmetros Curriculares Nacional vieram para orientar o professor na sua nova prática de ensino. A escola que sofreu grandes agressões com a ditadura militar, estava agora preocupada com a participação social do aluno. No lugar das atividades memorizadas, não operacionais e descontextualizadas, vieram as que exploravam a capacidade de contextualização, reflexão, provocação e análise.
Falando especificamente da Língua Portuguesa, a demanda do processo ensino-aprendizagem agora se baseava linguagem, atividade discursiva e textualidade. Produzir linguagem significa produzir discursos. Significa dizer algo para alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto. O aluno agora é desafiado para autonomia e liberdade de expressão. Sobre isso, Viviane Mosé reflete a escola através de Nietzsche em seu livro A escola e os desafios contemporâneos: “ A consciência, pensa Nietzsche, está associada ao nascimento da linguagem articulada; quando se torna capaz de se referir às coisas por meio de sinais, de palavras, o ser humano começa também a produzir valores. Nomear é honrar, diferenciar e, necessariamente, avaliar. O ser humano não apenas avalia, mas guarda esses valores, os acumula na memória e os reproduz.”

Ainda hoje, no século XXI, muitos professores não se preocupam ou não estão preparados para a prática operacional reflexiva. Até porque o ensino que em que foram sujeitados estava ancorado na barbárie militar. Vivemos em tempos de instabilidade e incertezas, uma mudança de meios, enxurrada de informações. A prática docente que não acompanhar essas mudanças está fadada ao fracasso. É preciso antes de tudo entender as manifestações dos avanços presente na vida escolar que atinge a todos (do aluno até a direção), educar hoje significa saber mediar conhecimentos e não anulá-los.

Referência Bibliográfica 

MOSÉ, Viviane. A escola e os desafios contemporâneos. Ed Civilização Brasileira, Rio de Janeiro , 2013.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SEMANA FOLCLÓRICA : IDENTIDADE CULTURAL DO DISCENTE

Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Quando chegam à escola, as crianças trazem com elas os elementos culturais que estão mais próximo delas. Por isso, explicar a elas que essa "cultura caseira" faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. Tal atitude faz os alunos considerarem como folclore elementos que estão distantes deles, dos quais não participam. Isso pode provocar um desinteresse geral. Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.
Segundo Brandão (1982), a palavra Folclore de origem inglesa Folk-Lore surgiu pela primeira vez em uma carta do inglês Willian John Thoms escrita na revista The Atheneum, em 1856. Thoms caracterizava a palavra Folclore a partir de duas palavras anglo-saxônicas Folk, que significa “povo” e Lore que significa 
“conhecimento”, juntas traduzem o sentido de um saber tradicional, a sabedoria de um povo.
Posteriormente, os ingleses criaram a “Sociedade do Folclore”, que tinha como objetivo estudar o povo, sua sociedade e suas tradições. Deste modo, as narrativas tradicionais conhecidas como contos, lendas e canções, os costumes tradicionais relativos aos códigos sociais e celebrações populares, as crenças e superstições ligadas à tecnologia rústica, magia e feitiçaria e as formas de linguagem presentes em dialetos, ditos populares e adivinhas passaram a ser foco de estudo (BRANDÃO, 1982).
As araras lendárias tiveram o objetivo de manter viva superstições e contos antigos da nossa cultura. Histórias contadas e  encenadas dialogaram com o aluno, partindo do processo de interlocução cultural. Processo este que é vital para manter vivo o mecanismo lúdico e capacidade da criança de ouvir, contar e então escrever as histórias. 





REFERÊNCIAS:

BRANDÃO, C. R. O que é Folclore? São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Primeiros Passos).

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

NOVA PROSA ACADÊMICA NO MÊS DE AGOSTO JÁ CONTA COM A PRESENÇA DOS NOVOS BOLSISTAS DE LETRAS/PORTUGUÊS DO PIBID/SÃO CAMILO - ES



        Estudos e reuniões para planejamentos do mês de agosto ocorreram na IES e nas escolas parceiras. Em pauta, a apresentação dos novos acadêmicos de Letras/Português às supervisoras do Pibid nas referidas escolas e delineamento das ações educativas a serem realizadas nos espaços escolares, em continuidade ao sub-projeto específico da área.

         Aos egressos do curso, levem consigo os aprendizados da graduação e o aprimoramento profissional possibilitado pelo Pibid/Capes/São Camilo - ES.



Reunião na EMEB "Ercy Arruda": bolsistas, coordenadora da área de Português, supervisora do Pibid na escola e gestora discutem metas e conquistas pedagógicas.

Reunião para estudo na IES: coordenadora e bolsistas em ação

Visitação à EMEB "Prof. Valdy Freitas" para realinhamento das ações do Pibid na escola

Leitura e escrita em foco na sistematização da intervenção linguística em escola parceira

Coordenadora da área - Ana Rita - Supervisora do Pibid - Cristina - e acadêmicos bolsistas


Professora Ana Rita  
Coordenadora de área do sub-projeto de Letras/Português 

        


terça-feira, 10 de setembro de 2013

CORREDORES PEDAGÓGICOS: I MOSTRA DE MATERIAIS DIDÁTICOS - Pibid / São Camilo - ES

        Até os corredores camilianos se transformaram em espaços pedagógicos no dia 29 de agosto de 2013. Tudo isso porque, neste dia, foi realizada a I MOSTRA DE MATERIAIS DIDÁTICOS PIBID / SAO CAMILO - ES. 

        O CORREDOR PEDAGÓGICO foi um momento ímpar para os acadêmicos bolsistas de Letras - Língua Portuguesa, pois com a mostra puderam partilhar com os demais acadêmicos do curso as produções de materiais didáticos realizadas ao longo do primeiro ano do Pibid / São Camilo - ES no decorrer das intervenções linguísticas nos espaços escolares das escolas parceiras. 

        Textos orais e escritos, refeituras textuais, banners, livros e coletâneas pedagógicas e até uma banda de música - a Banda Escolar Pibidiana - e uma rádio - a RÁDIO RECREIO - foram apresentadas ao público e o passo-a-passo de cada ação pedagógica detalhadamente exposta aos visitantes. Tudo isso reforçou a necessidade, a possibilidade e a viabilidade da transposição didática nas letras - aprofundamento teórico tão oportunizado e necessário na academia.

        A interação entre os acadêmicos bolsistas e os visitantes da I MOSTRA PEDAGÓGICA foi total. Experiências partilhadas e aprimoramento profissional garantido, pois com as discussões fomentadas por meio do evento, os estudos literários e os estudos linguísticos foram (re)significados por cada acadêmico que comprovou que a Língua Portuguesa pode ser ensinada e apreendida com muito mais sabor nos espaços escolares.


(Professora Ana Rita Louzada Coelho - 
Coordenadora de área do sub-projeto de Letras/LínguaPortuguesa)

Apresentação da Banda Escolar Pibidiana

Bolsistas acadêmicos de Letras/Português na abertura do evento

Acadêmicos de Letras/Português

Acadêmicos de Licenciatura em mesa-redonda no evento

Abertura do evento

Visitação no Corredor Pedagógico

Coordenadores de áreas dos sub-projetos e supervisoras do Pibid na abertura do evento

Visitação à mostra

Visitação à mostra

Visistação à mostra e interação acadêmica

Acadêmicas bolsistas durante o evento

Corredor Pedagógico em plena movimentação pedagógica

Acadêmicas bolsistas durante o evento

Interação acadêmica teórico-prática

Produto de culminância da intervenção linguística - Livro "Os gêneros em mim" 

Exposição de banner e fotos ilustrando o trabalho de literatura realizado

Acadêmico bolsista conhecendo as ações linguísticas do Pibid/São Camilo - ES

Portfolio pedagógico com atividades desenvolvidas ao longo dos trabalhos

Bolsista acadêmico do Pibid em interação com os acadêmicos do curso

Acadêmicos de Letras/Português em visitação ao Corredor Pedagógico

Acadêmicos de Letras/Português lendo as produções dos alunos do Ensino Fundamental

Professora do Curso de Letras em visitação ao Corredor Pedagógico

Acadêmicos de Letras/Português em visitação ao Corredor Pedagógico

segunda-feira, 22 de julho de 2013

A (des)sacralização da biblioteca

por Rodrigo Davel 
Pibidiano (Bolsista PIBID 2012-2013)

A leitura é, sim, antes de qualquer coisa, um processo biológico. É, pois, um processo de interação entre autor e leitor, mediado pelo texto. Nesse processo dinâmico, ao qual o leitor faz uso de vários sentidos de seu organismo, o estímulo ao ato da leitura é primordial – assim como o estímulo da sede, da fome, do frio e do calor, por exemplo. E é a leitura a partir de estímulos o ponto nevrálgico na educação escolar, porque constitui um instrumento necessário para a realização de novas aprendizagens. Logo, faz-se necessário conhecer as concepções da linguagem, em específico da leitura. Porque só conhecendo as estratégias de leitura pode-se estimular ao ato de ler, uma vez que ler é prever, pensar, interagir. Sendo assim, o ambiente que irá receber o leitor é – também – protagonista do processo. A biblioteca, como símbolo de leitura, então, é o objeto ideal para uma análise do processo em questão. Estaria ela sendo utilizada de forma ideal? Para tanto, todo educador precisa ter ciência dos mecanismos que norteiam o processo de aprendizagem através da leitura, no entanto, tal processo tem sido compreendido tradicionalmente como um ato mecânico de decodificação de palavras, e as bibliotecas ganham aspectos de verdadeiras sacristias, ou laboratórios de científicos.
O vocábulo biblioteca, da etimologia da palavra ou em definições de dicionários, traz o significado de depósito de livros, móveis para guardar livros ou simplesmente conjunto de livros. E realmente a semântica tem sido posta em prática. O que se constata nas escolas, bibliotecas públicas ou particulares de todo o país é a divinização profana de tais espaços de leitura. Divinização porque são tratados como espaços sagrados, que guardam relíquias às quais se deve muito zelo, respeito e subordinação; profana, pois, paradoxal e hipocritamente, o zelo, o respeito e, consequentemente, toda a divinização é encarregada somente aos visitantes, ou usuários. Aos administradores se resguardam o papel de fiscalizarem o cumprimento das normas, das regras. Em uma pesquisa rápida no “oráculo Google”, pode-se encontrar inúmeras orientações para o uso da biblioteca divulgadas por escolas – de todos os níveis de ensino, bibliotecas públicas e outros espaços destinados à leitura. São regras rígidas e sérias, no sentido “chato” da palavra. São regras que exigem disciplina, concentração e predestinação do leitor à leitura. Uma criança, em pleno vigor da infância, com toda sua curiosidade e impulsividade, enxerga esse ambiente sacro como um purgatório.
A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil¹, de 2012, mostra que o brasileiro lê em média 4 livros por ano (uma informação que deve ser entendida com critério, visto que sabe-se que, ao se agrupar todos em uma média, igualam-se leitores de 20, 30 livros por ano a não-leitores). Este número é ainda menor do que o apresentado pela edição anterior da pesquisa, feita em 2007, quando foi constatado que se lia em média 4,7 livros por ano. Embora 67% dos brasileiros saibam que existe uma biblioteca perto de seus lares, apenas 1 em cada 4 cidadãos as frequentam, de acordo com o Retratos da Leitura. É com base em informações como esta que se pode responder à indagação supracitada: as bibliotecas não são utilizadas de forma ideal. Mas, não são os usuários os principais responsáveis. Na verdade, eles têm ambientes muito mais agradáveis para concorrer com o tempo que seria destinado a uma visita à biblioteca. Tendo como foco as crianças, raros são os casos em que uma criança, com todo vigor físico e criativo em expansão, que trocará um playground por uma biblioteca na qual as exigências são, a priori, o silêncio, a disciplina e o estudo independente. Assim, a pesquisa aponta que a má condição dos estabelecimentos é um dos principais fatores que contribuem para esse distanciamento do público. A Retratos da Leitura mostra que 20% dos leitores do país não vão às bibliotecas por causa da precariedade dos estabelecimentos. E não entenda precariedade apenas como prédio ou móveis velhos, inadequados; entenda, também, como falta de estrutura lúdica, estimuladora a visitas.
Lucila Martinez² “focaliza a necessidade de um trabalho que leve em conta as condições externas ao ato de leitura, como facilitadoras do processo.” Os mecanismos envolvidos no processo de leitura nem sempre são conhecidos ou considerados por aqueles que estão envolvidos com o ensino/aprendizagem da compreensão de textos. Porém, o conhecimento de mundo que o leitor possui é relevante na obtenção desta capacidade. Segundo a linguista Mary Kato (2000), “O conhecimento prévio que permite fazer predições pode advir do próprio texto ou informações extra textuais que provém dos esquemas mentais do leitor.” “Pra não dizer que não falei das flores”, há bibliotecas que já se afastam do paradigma paradoxal divino-profano. A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato³, na cidade de São Paulo, segue um modelo mais despojado, menos sacro. A biblioteca apostou na atratividade, com a esperança de atrair as crianças, os jovens e também os país, é um espaço que pode ser utilizado – e é – como ponto turístico e área de lazer para a família. Além de salas com poltronas, pufs e tapetes para as crianças deitarem, a Monteiro Lobato conta com uma atração que poucas têm: um parque. O playground é da prefeitura, mas fica no quintal do prédio da Monteiro Lobato e é bastante frequentado pelo público da biblioteca. O espaço físico conta com a tematização e decoração inspirada na obra e personagens de Monteiro Lobato e apresentações folclóricas, teatrais e musicais acontecem no interior da biblioteca, desmitificando o obrigatório silêncio e o aspecto sisudo que esses espaços adquiriram com o tempo.
Como apontou a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2008, mais da metade dos frequentadores das bibliotecas são crianças e adolescentes. Assim sendo, é fundamental que as bibliotecas tenham espaços voltados para esse público. Espaços que os atraiam e os atendam com qualidade e na busca pelo prazer de ali estar. Ler é bom para todos, mas é ainda mais importante no aprendizado durante a infância e adolescência. Além da estrutura física agradável, é necessário ter acervo e programação específicos para esse público. O processo de mudança de cultura leitora aliado às inúmeras campanhas pró-leitura pode ser o fôlego que faltava para a transformação da biblioteca. Metaforicamente, pode ser este o momento para deixar de ser um casulo, com cores, asas e vida escondida, e ganhar o mundo, ser jardim florido. O que se vê são bibliotecas que vêm se adaptando ao processo de inovações tecnológicas ocorridas com a evolução da humanidade, ampliando sua abrangência a redes sociais, sites, blogues etc. Mas, só digitalizar o acervo não altera muito a percepção dos usuários. A atração precisa ser exercida, mesmo que em um canal tão atrativo como a internet.
Portanto, investir em campanhas que exaltem a importância e o caráter social da leitura é importante, fundamental (!); mas, o público capaz de assimilá-las é a minoria frequentadora das bibliotecas (como é possível constatar pelo resultado da pesquisa supracitada), um público adulto. O foco deve sempre ser as crianças e os jovens, o foco deve sempre ser a formação de novos leitores. Não que se devam abandonar os indivíduos já leitores assíduos; mas, estes já despertaram o gosto pela leitura e podem caminhar até a biblioteca por conta própria, já conhecem o ambiente e suas nuances – devem, inclusive, serem usados como iscas a novos leitores. Já os novos possíveis leitores, a geração seguinte, precisa ser estimulada, em meio a tantos estímulos que recebem sentados em frente a um computador no conforto e na liberdade de suas casas. É neste momento que programas como o PIBID/CAPES fazem-se essenciais. Pois o trabalho de metamorfose das bibliotecas depende de nova postura dos sujeitos atuantes no processo de ensino/aprendizagem: o professor – a escola. A biblioteca, então, não precisa ser um Jardim do Éden. Ela só precisa ser agradável e convidativa.

Biblioteca Infantil Monteiro Lobato - SP
Rodrigo Davel com o boneco "Saci Pererê", d'O Sítio do Pica-Pau Amarelo

Biblioteca Infantil Monteiro Lobato - SP
Rodrigo Davel com o boneco "Visconde de Sabugosa", d'O Sítio do Pica-Pau Amarelo

1: Realizada pelo Instituto Pró-Livro com apoio da ABRELIVROS, CBL e SNEL a terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, foi lançada em Brasília, no dia 29 de março de 2012. A pesquisa é única, em âmbito nacional, que tem por objetivo avaliar o comportamento leitor do brasileiro. (...)Seus resultados ajudarão o próprio IPL bem como outras instituições públicas e do mercado editorial a orientar suas ações. O estudo tornou-se uma referência quando se trata do comportamento leitor no país, desde seu lançamento em 2001. Seus resultados foram amplamente divulgados e orientaram estudos; projetos e a implantação de políticas públicas do livro e leitura no país. Objetivo da pesquisa: Medir intensidade; forma; motivação e condições de leitura da população brasileira, segundo opinião dos entrevistados. http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=2834

2: Lucila Martínez, educadora, especialista em planejamento da Educação; pedagoga e Mestre em Biblioteconomia e Informação (Pratt Institute de Nova Iorque, EUA); Especialista em Inovação e Difusão Tecnológica (LNCC/UCP/Brasil), com vasta experiência na formulação de políticas nacionais para o desenvolvimento do livro, de ambientes favoráveis à Leitura e de sistemas locais e regionais de Inovação, na américa Latina e Caribe, bem como na coordenação de projetos internacionais para Banco Mundial, UNESCO, CERLALC, PNUD, OEA, BID, bem como em planejamento e coordenação de redes de sistemas de bibliotecas escolares e públicas. Radicada no Brasil desde 1986, além da consultoria internacional desenvolve e executa no Brasil, projetos que utilizam materiais multimídia e de inclusão digital, para o estímulo à leitura, educação e cidadania participativa. Planeja e coordena programas de educação continuada para professores, gestores e lideranças da educação, saúde, desenvolvimento social e meio ambiente. Responde pela direção pedagógica e editorial do Programa CRIANÇAS CRIATIVAS®.

3: A Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato é a mais antiga biblioteca infantil em funcionamento no Brasil e precursora de outras similares, tanto no município como no interior do estado de São Paulo, graças à educadora Lenyra Camargo Fraccaroli, que, além de dirigir a biblioteca até 1960, também incentivou e supervisionou a construção de bibliotecas infantis em vários bairros da capital. (...)Criada em 14 de abril de 1936, a biblioteca recebia o nome de Biblioteca Infantil Municipal. Sua criação fez parte de um amplo projeto de incentivo à cultura, elaborado por um grupo de intelectuais liderado por Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura. (...)Em 1955, a biblioteca passou a levar o nome do escritor que tanto encanta crianças, jovens e adultos, Monteiro LobatoHoje, a biblioteca conta com um acervo de 46 mil volumes, constituído por obras de literatura infantil, juvenil e literatura geral, livros didáticos, paradidáticos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, recortes, mapas, atlas, CD’s, DVD’s, fitas cassete, CD-ROM’s, entre outros. (...)a Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato possui uma gibiteca, seção de livros de teatro, o acervo Monteiro Lobato, o Teatro Infantil Monteiro Lobato/TIMOL, o auditório Lúcia Lambertini, espaços multiuso, programação de peças de teatro, sala de vídeo, visitas monitoradas com escolas, atividades permanentes para crianças, como contações de histórias, e tantas outras. 


terça-feira, 14 de maio de 2013

Poema Dadaísta em Sala de Aula


Receita de poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscientemente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
Tristan Tzara


Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, o romeno Tristan Tzara espanta o mundo com mais uma vanguarda: o Dadaísmo ou Dadá, a mais radical e a menos compreensível de todas as vanguardas. O Dadá vem para abolir de vez a lógica, a organização, o olhar racional, dando à arte um caráter de espontaneidade total. A falta de sentido já é anunciada no nome escolhido para a vanguarda. Dizia Tzara que dada, palavra que encontrou casualmente num dicionário, pode significar: rabo de vaca santa, mãe; certamente; ama-de-leite. Mas acabou afirmando, no movimento dadaísta: DADÁ NÃO SIGNIFICA NADA. 

Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação também, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom-senso
Tristan Tzara
Trabalhar movimentos como esses na sala de aula desperta no aluno a curiosidade e consequentemente o prazer no aprendizado poético. As poesias "normativas" com versos alexandrinos passam a ser questionados como única manifestação poética e o discente se descobre também escritor e poeta.
Seleção das palavras para construção do poema dadaísta
Os alunos deveriam escolher palavras dentro de um artigo que mais lhes chamavam atenção
 Segundo Kato, a leitura seria um ato de reconstrução dos processos de produção. Ao contrário das propostas anteriores, que, apesar das diferenças partilhavam entre si um visão formalista da leitura, a concepção reconstrutora se apóia em pressupostos funcionalistas: enquanto aquelas viam o ato da leitura como uma integração entre o conhecimento do leitor e a informação dada pela forma do texto, este modelo vê o ato de ler como uma interação de leitor com próprio autor, em que o texto apenas fornece as pegadas das intenções deste último.

O fazer poético sob ótica do sujeito
 
Construção do Poema
O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações retumbantes, Tzara decreta: "A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta".
No seu esforço para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos correntes, os dadaístas usaram, com frequência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas pinturas e esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos que haviam sido jogados fora.
Foi na literatura, porém que a, ilogicidade e o espontaneísmo alcançaram sua expressão máxima. No último manifesto que divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "o pensamento se faz na boca".
Momento de interação textual: Compreensão x O fazer poético
Resultado Final

Não se constrói a sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção converge para a perfeição que aborrece, a ideia estagnante de um pântano dourado, relativo ao produto humano.
Tristan Tzara

segunda-feira, 22 de abril de 2013

PROSA CULTURAL: FÉ E POESIA – Bolsistas de Letras na Via-Sacra Poética




“A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel. Recusa acomodar-se, mobilizar-se, organizar-se para mudar o mundo.”
Paulo Freire

 A partir do lema da Campanha da Fraternidade 2013, “Eis-me aqui! Envia-me, Senhor!” os cursos de Letras/Português e Letras/Inglês realizaram no dia 27 de março de 2013, a 8ª edição da Via-Sacra poética do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo. Nesta atividade de cunho literário-espiritual, textos literários, jornalísticos e músicas se mesclaram para que houvesse uma sensibilização e reflexão do público sobre o papel que cada um de nós tem na transformação social. A Via-Sacra Poética busca resgatar essa conscientização e esperança por meio da arte.
 Acadêmicos e professores vestiram-se de preto com uma cruz colorida no peito, encantaram e emocionaram o público com belas textos e músicas tocantes.  
 O evento foi dividido em três momentos. O primeiro visava descobrir o “quem sou eu” (Eis-me aqui!) representado pela música “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento, e o poema “Identidade”, de Mia Couto.
 No segundo momento, os textos informativos, poéticos e músicas variadas enfatizaram quem são esses outros a quem precisamos ser enviados. A apresentação mostrou a realidade daqueles que necessitam de ajuda, os famintos, os desempregados, os discriminados, despertando no público a e consciência de que nada disso é natural e que devemos nos unir para mudar tal realidade assustadora.
 O terceiro momento emocionou o público externo e os acadêmicos com as canções “93 Million Miles”, de Jason Mars, e “Sementes do Amanhã”, de Gonzaguinha; momento para refletir em tudo que foi falado e visto na noite e acreditar que é possível fazer a diferença ajudando a quem precisa. Espetáculo emocionante e conscientizador, sem dúvidas.
Os acadêmicos bolsistas do PIBID/CAPES da área de Letras - Língua Portuguesa tiveram o privilégio de estar em contato com toda a magia da noite e apresentarem-se participando dessa atividade acadêmica. Noite de reflexão que nos levou à consciência de que nós, professores em formação, não podemos nos esquecer de que lidamos com o outro, que lidamos com pessoas em desenvolvimento, que precisam de um professor mediador de conhecimentos.
 A poesia da Via Sacra Poética vem nos alertar de que a cada dia é necessário que busquemos redimensionar nossas práticas, tendo em mente que juntos podemos fazer a diferença e, por menor que seja, nosso esforço não terá sido em vão, pois acreditar no outro e ajudá-lo a crescer é o passo principal para tornar os alunos sujeitos agentes reflexivos de suas vidas. Sensibilizar é a função da poesia. É através dela que podemos fazer reflexões profundas e significativas profissional e pessoalmente. As sábias palavras de Paulo Freire estão fixadas em minha mente - “ Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.”- e assim busco inovar e refletir sobre todas as minhas ações.

 “Da Via Sacra, entendo bem as lanhuras do caminho e o quanto a arte pode ajudar a curá-las. Às vezes, sozinho com suas perguntas, o homem encontra Deus e o desassossego vira arte. Hoje foi assim. Girassóis feitos de letras e paixão, com literatura e música, vocês foram pontos de luz na noite de cada um de nós - professores e colegas. Vocês fizeram a travessia epifânica - do comum para o encantado. Aleluias. Obrigada.”  Comenta a queridíssima Beatriz Fraga, professora de Literatura do curso de Letras/Português, referindo-se aos alunos do curso e ao fazer literário que se instaurou a partir do trabalho apresentado.
             
Gisele Rodrigues – aluna bolsista Pibid/Capes – 4º Período de Letras/Língua Portuguesa


Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Acadêmico/bolsista Tiágo no momento da apresentação

Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Acadêmicos e bolsistas de Letras no momento da apresentação

Equipe Pibid/Letras Sao Camilo escrevendo mais uma história na Via-Sacra Poética